2010-04-08

Cometário ao vídeo de Chimamanda Adichie

Chimamanda Adichie, escritora e contadora de histórias, alerta para “o perigo da história única”. No comunicado apresentado na aula de Educação de Adultos, Chimamanda revela sua vivência e o quanto lhe é importante a noção perigosa – de como lidar com a única versão de uma historia, ou seja, a história única.
Com contos deliciosos em que apresenta como fazendo parte de sua vida, como só uma boa contadora de histórias consegue cativar, expôs vários episódios e leituras que traçaram sua forma de pensamento. No seu universo, verificou a ignorância e preconceito dela própria em relação ao Mundo e as coisas através da história única. Em algumas situações eram provocadas ora por livros, por histórias contadas ou mesmo pelo distanciamento de realidades, reconhecidas unicamente por noções apresentadas por outros.
Chimamanda mais do que apresentar o erro de acreditar na história única, ela alerta para referir a existência de uma outra versão. Como assim? Tal como a historia dos cowboys americanos e dos índios, em que os filmes apresentam os habitantes nativos como desumanos e cruéis e os colonos como heróis. Se contarmos a história com a visão dos acontecimentos dos Nativos Americanos a história inverte. A história única deixa de acontecer e nos é apresentado dados novos e divergentes. Se falarmos de África, que é um Continente enorme com cerca de 54 países, e se acreditarmos na história única, todos vivem lá numa palhota, são negros e passam fome. È irónico para uns e triste para outros, mas muitos ainda acreditam nessa história única. Não quer dizer que infelizmente estas situações não aconteçam, mas muito mais do que essa história existe outras em cada metro deste gigante continente.
Quando duas pessoas se desentendem é normal existir duas histórias, uma de cada pessoa. O que isso quer dizer? Que somos seres complexos e contamos nossa versão das situações dependendo da nossa forma de viver a vida, de pensar e de sentir as coisas. Já diz o provérbio: “Quem conta um conto, acrescenta um ponto.”. Por isso não é fácil encontrar a história única num confronto, pois a história única não é mais do que um mito. Mito esse que se criou para facilitar a organização de informação, de poder, de formas de pensamento e ou comportamentos colectivos.
Sendo assim, ao se ouvir uma história, podem acreditar que existem outras histórias dentro dela e outras formas diferentes de a contar. Tal como acontece com o papel da mulher na sociedade, em que ao longo da nossa história são muito poucas as que conseguiram impor o seu lugar ao ponto de seu nome ficar registado. Mas isso será mesmo a verdadeira história? Não acreditamos. Talvez se a história fosse relatada por uma outra mulher, esta valorizaria as suas semelhanças de género. Talvez, ou talvez não. O que importa é que é só uma história, que se pode aprender muito, mas… nunca acreditando como sendo a história única.

Alunas :Cláudia Teixeira, nº. 38689,Carla Salvé-Rainha, nº. 38134,Florbela Dias, nº. 38116,Helga Heidy, nº. 26075,Sónia Luz, nº. 38007

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