2010-04-05

Comentário ao vídeo de “Chimamanda Adichie”

Todos somos donos de uma história própria que nos caracteriza, uma história que contempla histórias de outros, de um povo e de um determinado local. Somos parte de algo com valor, que retrata o que outrora mais significado teve para um povo. A nossa função é preservar o que achamos correcto, aquilo em que acreditamos e que acarreta para nós, valores.
Sempre que nos lembramos de África, inevitavelmente ocorre-nos imagens onde a fome predomina. Fome, miséria, pobreza, escassez de água e de alimentos, sem mais nada para lembrar. Sempre que nos lembramos do Iraque, as imagens de terror surgem em nossas mentes. Mas porque nos lembramos apenas destas imagens degradantes? Será que aquilo que nos lembramos, resume-se àquele local? Não, não é, mas é apenas isso que sabemos.
Chimamanda Adichie menciona e muito bem, o perigo da história única. A história que deixam passar para todos, e é de facto, tal como ela refere, um perigo.
Um perigo que traz consigo, preconceitos e ideias pré-concebidas, alimentadas por todos nós. Todos somos culpados. Culpados porque criamos na nossa mente, e alimentamos ao passar para os outros, aquilo que nos contaram, mas que na verdade desconhecemos profundamente.
Neste pequeno vídeo, a escritora conta-nos através de episódios da sua própria vida e quase a título de uma envergonhada confissão, a facilidade com que a história única conduz ao estereótipo, sendo que este apenas poderá ser ultrapassado se nos munirmos de duas armas poderosas; a curiosidade e a sede de conhecer. Quanto mais conhecemos, quantas mais histórias conhecemos, menos limitados ficamos. Se não abrirmos o leque dos nossos pensamentos à aquisição de outros conhecimentos, a outras versões da mesma história, então, não só nós como também o mundo, ficaremos mais pobres.
A literatura é indiscutivelmente um bem essencial que alimenta a nossa visão, o nosso sentir e nos posiciona num lugar privilegiado para não cometer o injustificável erro da generalização.
Questionamos agora, aquilo que sabemos de cada povo, aquilo que ainda há por descobrir e divulgar, aquilo que gostaríamos de saber e de viver, para poder difundir junto dos nossos filhos. Não queremos cair em erro novamente, ao criar para os nossos filhos uma história única, não queremos novamente cair nesse perigo. Porque o perigo da história única, contribui para as nossas fraquezas e estas por sua vez, a uma crise de identidade cultural.

Grupo: Ana Simões, Catarina Viegas, Emanuela Mateus, Isabel Saúde , Tânia Jerónimo

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