2007-10-31

Reflexão sobre a comunicação "O Banco Alimentar"

No passado dia 17 de Outubro de 2007, o Sr. José Amaro, assessor do Presidente da Câmara Municipal de Faro, prestou aos alunos do 2º ano do curso de Educação social, uma sessão de esclarecimento sobre o Banco Alimentar e diversas problemáticas existentes no concelho de Faro. Esse esclarecimento veio a propósito de nesse dia se celebrar o Dia Mundial contra a Pobreza e a Exclusão Social. O Banco Alimentar é uma marca, que tem nome, tem prestígio e como tal, há uma grande adesão por parte da população. Tem-se verificado com o sucesso das últimas campanhas. Segundo o Sr. José Amaro, a criação do Banco Alimentar deveu-se essencialmente às carências da população. Sendo uma população muito envelhecida, com sensivelmente 13.618 reformados e pensionistas. Sabendo nós que a nível nacional as reformas dos idosos mal dão para os medicamentos, e que muitos dos nossos idosos vivem momentos de grande aflição, de miséria escondida pela vergonha de nada ter para comer, sentem-se personna non grata por parte do nosso governo, poderia o caso de Faro ser diferente!!! Não claro que não!! Aqueles que tanto contribuíram para o desenvolvimento do país vêem-se agora excluídos de uma sociedade capitalista que não tem lugar, para aqueles que tudo merecem. Como referiu o Sr. José um dos grandes problemas no concelho de Faro é o facto da população se encontrar muito dispersa (freguesias rurais) o que gera o isolamento dos idosos. Foi criado há sensivelmente 2 anos um projecto de âmbito municipal, Oficina Domiciliária que consiste em prestar auxilio aos idosos na resolução de problemas domésticos que possam surgir, decerto virá colmatar algumas carências e ajudará na resolução de alguns problemas técnicos. No entanto, será este o projecto que mais precisam os nossos idosos??, o ser ouvido, o contar as suas histórias de vida, relembrar os seus tempos de mocidade, mantê-los activos, não será mais urgente?
Considero uma lacuna o facto do B.A. não prestar apoio imediato, ou seja, a população carenciada ter de aguardar um mês pela atribuição de alimentos, quando a sua necessidade é diária. E as instituições que tem à sua responsabilidade tratar destes casos como permitem que tal suceda e a população seja privada daquilo que é mais elementar para o ser humano, a alimentação! Resta-me concluir que esta problemática social é um círculo vicioso, a pobreza leva aos sem-abrigo, à toxicodependência, que leva à insegurança que leva à exclusão social. E nós futuros Educadores Sociais cabe-nos deixar os sonhos de lado, e delinear estratégias para modificar ou atenuar tanta desigualdade na nossa sociedade.
Lénia Gonçalves
Aluna nº 31981

1 comentário:

Élia Parente disse...

Delinear estratégias para a resolução rápida de problemas que apresentam uma eminente necessidade de resposta? Óptimo. Mas isso não faz parte do sonho?Do sonho de acabar com essas necessidades? Então como é que nós, como futuros educadores sociais, o vamos deixar de lado?
Vamos mas é "convocá-lo" e fazer com que ele norteie todos os passos na elaboração dessas estratégias, de modo a que nos leve sempre mais longe, mais perto da perfeição, da excelência que é erradicar a pobreza e tudo o que a produz e por ela é produzida. O sonho é o que nos "faz caminhar" e "alimenta a nossa fome de mudança". Se ficarmos, também, sem ele ficamos irremediavelmente "mais pobres". Não podemos deixar o sonho de lado, temos de o ter bem dentro de nós, não perdê-lo de vista, nem deixá-lo adormecido! Temos de o cumprir!...e de o perseguir!