2008-09-19

Programa de Educação Social I

Unidade Curricular de Educação Social I
Regime Pós-laboral
Área Científica: Educação Social
ECTS: 6
Horas de Contacto: 24 T+18TP+6 OT
Tempo de Trabalho total do Estudante: 168 h

1. Introdução:
A Educação Social teve ao longo do tempo variadas concepções, de acordo com os contextos onde foi sendo recriada. De qualquer das formas, o problema não está tanto na sua definição, mas sim na aclaração dos seus principais objectos de estudo. Segundo Quintana Cabanas (1994) na sua obra clássica sobre o tema (Pedagogia Social), existem dois grandes objectos para uma pedagogia social: i) o enfoque na correcta socialização dos indivíduos, que remete de certa forma para os contextos educativos mais formais, mas que igualmente abarca contextos de socialização vastos como a família; ii) a intervenção educativa na correcção de necessidades humanas que esbarram numa sociedade complexa, conflitiva e, acrescentamos, desigual.
Desta forma, estamos perante a ciência da educação social de indivíduos e grupos, e da atenção aos problemas humano-sociais que podem ser tratados a partir de instâncias educativas. Estas instâncias educativas são imensas: a família, os grupos de pares e a escola, ou as organizações mais diversas da sociedade civil; mas também estão incluídas aquelas que trabalham com os grupos marginalizados ou em situação de risco ou exclusão, como sejam os estabelecimentos prisionais, os centros educativos para a terceira idade, e todas aquelas que se dediquem às mulheres, aos povos indígenas, etc.
A abrangência da educação social é, portanto, enorme e nunca se poderá esgotar no âmbito de duas unidades curriculares (Educação Social I e II). A definição de conteúdos e temas de interesse tem assim que considerar a intersecção de outras unidades curriculares que, em conjunto com estas e de forma gradual, irão fazendo surgir aos poucos um conceito abrangente de educação social. Haverá, no entanto, um enfoque importante na nossa acção: os adultos, posto que a grande maioria das instâncias educativas da educação social se destina aos adultos.

2. Competências a desenvolver:

Instrumentais

- Compreender as finalidades, princípios, conceitos e práticas mais usuais da educação permanente, educação de adultos, aprendizagem ao longo da vida.
- Analisar as ofertas de educação de adultos à luz das bases conceptuais identificadas.
- Compreender as bases teóricas e práticas do desenvolvimento comunitário e desenvolvimento local.
- Analisar as experiências práticas de desenvolvimento local segundo as bases conceptuais estudadas.
- Compreender os sistemas sociais analisados na sua totalidade e segundo as condições contextuais existentes.
- Compreender o papel do educador social, particularmente no que respeita à utilização dos instrumentos analisados, e a favor do bem-estar das comunidades em causa.
- Conhecer as melhores formas de organização social e comunitária, para dar respostas a alguns problemas identificados.
- Identificar as potencialidades e limitações das práticas e das ofertas educativas estudadas..

Interpessoais

- Desenvolver o sentido crítico e reflexivo, nomeadamente através da análise dos casos práticos apresentados, numa lógica constante de integração da teoria e da prática.
- Despertar para a multiplicidade dos problemas educativos a nível social e comunitário, posicionando-se no contexto dos mesmos.
- Desenvolver capacidades comunicativas.
- Desenvolver a capacidade de autonomia, espírito de grupo e o sentido de busca de soluções colectivas para os problemas comunitários.
- Aceitar e valorizar a diversidade cultural.

Sistémicas

- Utilizar procedimentos de pesquisa para aceder a fontes diversas de informação.
- Utilizar procedimentos para estruturar trabalhos académicos segundo os sistemas de normas em uso.
- Trabalhar de forma articulada com os colegas de grupo.
- Ser capaz de analisar a realidade social, adquirindo mecanismos rotineiros de identificação de soluções, quer a nível comunitário, quer a nível social.

3. Conteúdos
1. Conceitos Estruturantes e Contextos da Educação Social:
1.1. Educação formal, não formal e informal.
1.2. Conceitos de educação permanente e educação de adultos.
1.3. Da educação de adultos ao lifelong learning: uma leitura crítica dos possíveis significados desta viragem.

2. Dimensões educativas básicas como fontes de exclusão em contexto Português:
2.1. Da alfabetização à literacia crítica: que conceitos, que práticas?
2.2. O Sistema Nacional de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências.

3. O desenvolvimento comunitário / local como forma de intervenção educativa e mudança
3.1. O conceito de comunidade
3.2. As origens históricas do desenvolvimento comunitário
3.3. Evolução dos conceitos de desenvolvimento comunitário e desenvolvimento local.
3.4. Características básicas do desenvolvimento local / comunitário
3.5. Análise de experiências de desenvolvimento local
3.6. Outros conceitos «próximos» ao desenvolvimento comunitário: a organização comunitária; a acção comunitária; o desenvolvimento económico comunitário; a economia social e as suas práticas.

4. Resultados Esperados de Aprendizagem (learning outcomes)

1. Compreender as diferenças entre a educação formal, não-formal e informal.
2. Compreender que um educador social deve conjugar todas estas formas educativas num projecto global de melhoria das qualificações e das competências das populações.
3. Conhecer conceitos e características da educação permanente.
4. Compreender o conceito de educação de adultos à luz das evoluções das suas formulações internacionais, por exemplo através dos documentos publicados pelos encontros promovidos pela UNESCO.
5. Conhecer as áreas fundamentais de actuação da educação de adultos, na sua abrangência e amplitude crítica.
6. Conhecer o conceito-base de aprendizagem ao longo da vida.
7. Conhecer as definições de aprendizagem formal, não-formal e informal e compará-las com os conceitos homólogos a nível educativo.
8. Conhecer várias correntes dentro da aprendizagem ao longo da vida.
9. Assumir uma posição crítica em relação às formas mais comuns de aprendizagem ao longo da vida, reconhecendo as consequências da implementação de formas não críticas de aprendizagem ao longo da vida.
10. Conhecer a discutir criticamente o conceito polissémico de competência.
11. Conhecer o Sistema Nacional de Reconhecimento e Validação de Competências.
12. Conhecer o Referencial de competências-chave utilizado nos processos RVCC.
13. Conhecer a composição orgânica dos Centros RVCC, e as funções que cada um dos profissionais desempenha nestes centros (profissionais de RC, formadores complementares, administrativo, técnico de apoio à gestão financeira, coordenador, director).
14. Compreender a importância das ex-Acções S@ber Mais (agora Acções de Curta Duração) no contexto do funcionamento do sistema RVCC.
15. Compreender as dinâmicas dos processos RVCC, as suas vantagens para os adultos que os frequentam, as suas potencialidades.
16. Conhecer várias definições de comunidade e assumir um papel crítico em relação ao difícil conceito de comunidade.
17. Conhecer as principais evoluções históricas do desenvolvimento comunitário e do desenvolvimento local, bem como reconhecer os paradigmas que estão na sua base.
18. Compreender que os discursos do desenvolvimento comunitário e do desenvolvimento local estão hoje muito próximo, quer em relação à teoria quer em relação à prática.
19. Compreender e discutir criticamente as principais características de processos de desenvolvimento local participativos.
20. Analisar casos práticos / experiências de desenvolvimento local, à luz dos conhecimentos anteriormente adquiridos.
21. Tomar uma posição crítica, mas informada e contextualizada face às condições existentes nos contextos de prática.
22. Conhecer potencialidades e limitações dos processos e dinâmicas de desenvolvimento local.

5. Metodologias
Exposição por parte do professor, trabalho em grupo, discussões orientadas, leitura e análise de documentos.

6. Avaliação
1 Frequência com o peso de 50%
2.Um trabalho de Grupo (entre 3 a 5 elementos) a realizar sobre um tema escolhido pelos estudantes no âmbito do tópico 3 dos conteúdos programáticos, com o peso de 30%. Os estudantes deverão pesquisar sobre o tema, e utilizar as normas adoptadas pelo curso.
O trabalho terá uma dimensão máxima de 15 páginas A4 (não incluindo as referências), a 12 pt, Times New Roman a 1,5 espaços. Margem esquerda: 3 cm; direita, superior e inferior: 2,5 cm. Será entregue em papel na última semana de aulas.
3. Apresentação oral do trabalho.Peso de 20%

7. Bibliografia Sugerida:
Ander-Egg, E. (1982). Metodología y práctica del desarrollo de la comunidad. México: El Ateneo.
Belchior, F. H. (1990). Educação de Adultos e Educação Permanente: a Realidade Portuguesa. Lisboa: Livros Horizonte.
Canário, R. (1999). Educação de Adultos. Um Campo e uma Problemática. Lisboa: Educa.
Carolino, J. (1995). Educação Comunitária: contribuições para um processo de desenvolvimento participado, A Rede para o Desenvolvimento Local, 13, 26-27.
Clarke, S. (1996). Social Work as Community Development. A management model for social change. Brookfield: Avebury.
De Natale, Mª L. (2003). La Edad Adulta. Una nueva etapa para educarse. Madrid: Narcea.
Friedmann, J. (1996). Empowerment. Uma política de desenvolvimento alternativo. Oeiras: Celta Editora.
Gelpi, E. (1990). Educación Permanente. Problemas laborales y perspectivas educativas. Madrid: Popular.
Hoven, R. van den e Nunes, Mª H. (1996)*. Desenvolvimento e Acção Local. Lisboa: Fim de Século Edições.
In Loco (2001). Formação para o Desenvolvimento. Formação/Inserção Profissional Territorializada. Faro: In Loco.
Kasimis, C., & Papadopoulos, A. G.* (1999). Local Responses to Global Integration. Aldershot: Ashgate.
Marchioni, M. (1997). Planificación social y organización de la comunidad. Madrid: Editorial Popular.
Mayo, M. (1994). Communities and Caring. The Mixed Economy of Welfare. New York: St. Martin’s Press.
Melo, A. (1988). O Desenvolvimento Local como Processo Educativo. Impressões e Opiniões Auto-Entrevistas, Cadernos a Rede, 2, 58-63.
Melo, A. (1995). O desenvolvimento local num contexto de economia mundializada. In Varios, Conferência europeia: desenvolvimento local e coesão social e económica na U.E. (pp. 9-17). Serpa: Ideia-Alentejo.
Melo, A. (1999). O local como polo de resistência ao totalitarismo economicista (ou A necessidade de uma nova política). In Xoán Bouzada (ed.), O desenvolvemento comunitario local: Un Reto da sociedade civil (pp. 87-113). Vigo: Editorial Galaxia.
Nogueira, A. C. (1996). Para uma educação permanente à roda da vida. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional.
Nogueiras, L. M. (1996). La práctica y la teoría del desarrollo comunitario. Descripción de un modelo. Madrid: Narcea.
Reszohazy, R. (1988). El desarrollo comunitario. Madrid: Narcea.
Revista S@ber Mais, nº 13 (2002). – Número Monográfico sobre Centros RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação das Competências).
Shragge, E. (1993)*. Community Economic Development. In Search of Empowerment and Alternatives. Montréal: Black Rose Books.
Shuman, M. H. (2000). Going Local. Creating self-reliant communities in a global age. New York: Routledge.
Silva, A. S. (1990). Educação de Adultos, Educação para o Desenvolvimento. Porto: ASA.

Licenciatura em Ensino Básico

PROGRAMA IPP 2



Número de horas de contacto, por tipologia
45 TC+15 S+7.5 OT+2 O
Tempo de trabalho total do estudante: 140

Número de ECTS: 5

Resumo descritivo

A realidade sócio-educativa actual impõe um aprofundamento do conceito de escola como comunidade educativa, uma resposta consequente às necessidades determinadas pelas diferenças individuais dos alunos e pela especificidade das suas culturas de origem e uma crescente complementaridade entre os processos de educação formal ou escolar e de educação não formal. Diversificam-se, assim, os campos e os contextos educativos, pelo que os processos formativos deverão criar condições de desenvolvimento e formação de profissionais polivalentes, não apenas aptos a intervir na escola, mas também, colaborativamente, ou, de forma directa, noutros contextos educativos que não o escolar. Assim, pretende-se que a unidade curricular Iniciação à Prática Profissional II (IPP II) permita experienciar e conhecer diferentes situações de oferta educativa.

A IPP II procura também desenvolver competências educativas directamente relacionadas com a prática profissional, tendo em vista o desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes. Através de processos de observação, análise e reflexão, pretende promover o sentido de rigor e uma atitude crítica de questionamento face à realidade com que os estudantes/futuros professores se irão confrontar.


Competências a desenvolver
Instrumentais
- Utiliza adequadamente a língua portuguesa e uma variedade de outras linguagens face à diversidade dos contextos profissionais, sociais e culturais da sua actividade.
- Recolhe informação no terreno relevante para a caracterização do contexto educativo, utilizando adequadamente instrumentos e técnicas de observação.
- Caracteriza as dinâmicas organizacionais, funcionais, relacionais e pedagógicas da educação básica.
- Analisa criticamente os projectos e as parcerias de colaboração existentes nos diversos contextos educativos.
- Reconhece a interdependência das variáveis contextuais na construção do projecto educativo de escola/de agrupamento.

Inter-pessoais
- Revela capacidades de integração em contextos educativos.
- Relaciona-se de forma adequada com os diferentes actores do processo educativo.
- Assume a dimensão cívica e formativa da educação bem como as inerentes exigências éticas e deontológicas que lhe estão associadas.
- Reconhece as circunstâncias associadas com a diversidade, nomeadamente no que se refere às necessidades especiais em educação e às particularidades inerentes à multiculturalidade.
- Analisa dimensões relacionais e profissionais dos diferentes actores do processo educativo, numa determinada comunidade.
- Descreve as dimensões cívicas e de cidadania da educação relacionando-as com o papel dos diferentes actores educativos de um território educativo.

Sistémicas
- Demonstra uma atitude crítica e de questionamento.
- Problematiza de forma sistémica as relações entre os diferentes actores da acção educativa.
- Valoriza a instituição educativa enquanto parceiro de desenvolvimento social e cultural.
- Reconhece a importância da colaboração multiprofissional como resposta educativa à diversidade.
- Utiliza metodologias de pesquisa e organização da informação.

Conteúdos programáticos

Para além dos tópicos listados, os conteúdos a abordar decorrerão das necessidades sentidas pelos estudantes e/ou pelos docentes, provenientes das experiências e problemas suscitados pelo trabalho de campo desenvolvid nos diferentes domínios da educação básica em que ocorrem as suas intervenções.


1. Acção educativa
1.1. Educação formal, não formal e informal
1.2. Papel do educador/professor no novo modelo de gestão
1.3. Funções do educador/professor
2. Características organizacionais gerais dos contextos educativos
2.1. Especificidade da Escola como organização social
2.2. A cultura organizacional da instituição: elementos constituintes
2.3. Dinâmicas educativas
3. Contextos educativos multiculturais: igualdade de oportunidades e equidade
3.1. Reflexão crítica sobre os conceitos de cultura
3.2. Noções associadas à multiculturalidade: direitos humanos, minoria, etnia discriminação, racismo, imigração, igualdade de oportunidades, educação multicultural, currículo multicultural
3.3. Respostas educativas face à diversidade
Estratégias/Métodos de Ensino-Aprendizagem

Será utilizada uma diversidade de metodologias e de recursos de ensino e de aprendizagem de modo a favorecer a participação e a estimular a reflexão crítica e colaborativa de todos os estudantes.

Para tal, serão desenvolvidas as seguintes estratégias, norteadas por uma metodologia de projecto:

q Exposição de fundamentação teórica
q Debates, reflexões e análises críticas (individuais, em parceria e em grande grupo), centradas nos conteúdos da unidade curricular
q Análise de textos
q Pesquisa documental
q Elaboração de instrumentos de observação
q Trabalho de campo
q Apresentação ao colectivo de trabalhos de grupo

Resultados esperados de aprendizagem

Este seminário trata temas relacionados com a diversidade de contextos educativos ao nível do 1º Ciclo do Ensino Básico. Pretende-se que os estudantes tenham aprendido a caracterizar vários contextos educativos e a analisar criticamente as dinâmicas educativas, as parcerias e colaborações existentes, desenvolvendo, também, competências de observação e uma atitude investigativa.


Métodos de avaliação

a. Participação – peso 2

A Participação inclui a realização de actividades propostas e a intervenção nos trabalhos de grupo e nas discussões plenárias.
Dado que o sucesso nesta unidade curricular está relacionado com a capacidade para realizar uma reflexão aprofundada e profícua sobre a sua temática específica, definimos como participação de qualidade nas sessões lectivas do Seminário aquela em que cada estudante:
a) Revela uma atitude crítica e reflexiva sobre os conteúdos abordados;
b) Revela capacidades de iniciativa e de colaboração;
c) Revela capacidades de pesquisa e de análise das temáticas em estudo;
d) Revela capacidades de análise, reflexão e intervenção relativamente aos contextos educativos estudados.
b. Reflexão crítica fundamentada referente a cada uma das três semanas de trabalho de campo (trabalho individual) – peso 3
Trata-se de um trabalho de reflexão pessoal no qual cada estudante deverá procurar exteriorizar, por escrito e em detalhe, aspectos relacionados com as suas vivências mais significativas, e com o que observou, viveu e sentiu no contexto educativo onde desenvolveu a sua iniciação à prática profissional.

c. Relatório do Trabalho de Campo (trabalho de grupo) – peso 5

A nota deste trabalho resulta da média das notas obtidas na parte escrita do trabalho, igual para todos os elementos do grupo (70%) e na exposição oral, diferenciada para cada elemento do grupo (30%).

Classificação final:
A classificação final, expressa numa escala de 0 a 20 valores, resultará da média ponderada das classificações alcançadas em a., b. e c., de acordo com a seguinte fórmula:
Média Final:
4a + 2b + 4c
10

Trabalho de Campo:

O Trabalho de Caracterização de uma Comunidade Educativa (c.) deverá ser realizado em grupo, de dois a quatro elementos. O trabalho deverá ser apresentado por escrito, não se estabelecendo um número limite de páginas.
Os trabalhos poderão conter elementos gráficos (fotos, diagramas e outros elementos ilustrativos), devendo, contudo, os estudantes ter em conta que estes elementos servem fundamentalmente para ilustrar e clarificar informação apresentada no texto.
Partindo dos conteúdos e orientações fornecidos pela docente, cada grupo deverá definir a organização do seu trabalho que, em termos de estratégia, passará necessariamente pelo relacionamento de determinados aspectos dos conteúdos teóricos com os dados das observações realizadas nas instituições, envolvendo nomeadamente:

· enquadramento teórico/revisão da literatura
· construção de instrumentos de observação
· recolha e análise dos dados

O trabalho escrito será avaliado de acordo com os critérios definidos num guião elaborado para o efeito.

Apresentação oral do Trabalho de Grupo:
Partindo do seu trabalho escrito, cada grupo realizará uma apresentação oral que tem como objectivo fundamental partilhar com os colegas os dados obtidos a partir da caracterização do contexto educativo onde trabalharam.
Na apresentação oral poderão ser utilizados os auxiliares multimédia considerados mais adequados, devendo, contudo, mais uma vez, ser tido em conta que estes servem para complementar e esclarecer a informação apresentada oralmente e não para a substituir.

Na avaliação da apresentação oral será tida em conta uma componente grupal e uma componente individual, tendo ambas igual peso na classificação atribuída a cada estudante neste elemento de avaliação.


Os instrumentos orientadores das/dos tarefas/trabalhos a desenvolver pelos estudantes – nomeadamente, Guião para a recolha de dados sobre os contextos e Guião para a organização e planeamento das semanas intensivas -, serão atempadamente apresentados pela docente da disciplina.



Bibliografia básica
Almeida, A., Guerreiro, M. D., Lobo, C. e Torres, A. (1998). Relações familiares: mudança e diversidade. In: Viegas, J. M. e Costa. A. F. (Org.s). Portugal, Que Modernidade?, Cap. 2, 45 –78. Lisboa: Celta.
Barreira, A. e Moreira, M. (2004). Pedagogia das competências: da teoria à prática. Porto: ASA.
Barroso, J. (1995). Para o desenvolvimento de uma cultura de participação na escola. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional.
Cardoso, C. M. (1996). Educação multicultural: percursos para práticas reflexivas. Lisboa: Texto.
Carvalho, A. e Diogo, F. (1994). Projecto Educativo. Porto: Edições Afrontamento.
Conselho Nacional de Educação (2001). Minorias, Educação Intercultural e Cidadania. Recomendação nº 1/2001. Lisboa: www.cne.org.
Díaz-Aguado, M. J. (2000). Educação intercultural e aprendizagem cooperativa. Porto: Porto Editora.
Estrela, A. (1994). Teoria e Prática de Observação de Classes. Uma estratégia de Formação de Professores. (4a ed.). Porto: Porto Editora.
Formosinho, J. (Org), Spodeck, B., Brown, P., Lino, D. e Niza, S. (1998). Modelos Curriculares para a Educação de Infância. (2a ed.). Porto: Porto Editora.
Gois, E. e Gonçalves, C. (2005). Melhorar as escolas: práticas eficazes. Porto: ASA.
Hargreaves, A. (1998). Os Professores em Tempos de Mudança. O Trabalho e a Cultura dos Professores na Idade Pós-Moderna. Lisboa: McGraw Hill.
Leite, C. (2002). O currículo e o multiculturalismo no sistema educativo português. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian e Ministério da Ciência e da Tecnologia.
Leite, C., Gomes, L. e Fernandes, P. (2002). Projectos curriculares de escola e de turma: conceber, gerir e avaliar. Porto: Edições ASA.
Ministério da Educação (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação/Departamento de Educação Básica.
Ministério da Educação (1998). Qualidade e Projecto na Educação Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação/Departamento de Educação Básica.
Morgado, J. (2003). Qualidade, inclusão e diferenciação. Lisboa: ISPA.
Ouellet, F. (1991). L´Education Interculturelle. Paris: Editions L´Harmattan.
Pacheco, J. e Morgado, J. (2002). Construção e avaliação do projecto curricular de escola. Porto: Porto Editora.
Perrenoud, P. (2000). Pedagogia diferenciada: das intenções à acção. Porto Alegre: Artes Médicas.
Portugal, G. (1992). Ecologia e desenvolvimento humano em Bronfenbrenner. Aveiro: CIDInE.
Ministério da Educação.
Roldão, M. C. (1999). Currículo e gestão curricular. O papel das escolas e dos professores. In: Mendes, M.L. (1999). Forum Escola, Diversidade e Currículo, 45-55. Lisboa: Ministério da Educação.
Roldão, M. C. (1999). Os professores e a gestão do currículo. Porto: CIDInE/Porto Editora.
Zabalza, M. (1992). Planificação e Desenvolvimento Curricular na Escola. Rio Tinto: Edições Asa.

Programa da UC de Educação de Adultos I - 2008/09

UNIVERSIDADE DO ALGARVE
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
CURSO DE EDUCAÇÃO SOCIAL - 1.º CICLO
PROGRAMAUnidade Curricular: Educação de Adultos I
Área Científica: Políticas Sócio-Educativas
Ano: 2; Semestre: 1º; Créditos ECTS: 6 ;
Tempo Trabalho Total (horas) :168 h
Professor responsável: Joaquim Matias Pastagal do Arco1.
Introdução:
A disciplina de Educação de Adultos I é uma disciplina semestral, com uma carga horária de 3 horas semanais, de carácter teórico e teórico-prático que implica a realização de um conjunto de actividades que visem a aquisição de conhecimentos e competências fundamentalmente técnicas e críticas que lhes permita Observar, Analisar e Reflectir sobre este campo do Social. A filosofia que orienta a disciplina procura ser coerente com o conceito de Educador Comunitário que se pretende formar, um técnico polivalente apto a agir em contextos diversificados, preparado para trabalhar individualmente, em grupo e para o grupo, capaz de interagir com realidades e problemáticas específicas do seu futuro desempenho profissional
2. Objectivos
2.1. Objectivos Gerais- Adquirir conhecimentos adequados ao agente educativo com intervenção na comunidade - Abordar numa perspectiva sistémica e integrada o ensino não formal- Conhecer diferentes perspectivas sobre Educação de Adultos- Aplicar conhecimentos adquiridos ao longo do Curso- Reflectir criticamente sobre as actividades desenvolvidas
2.2. Objectivos específicos- Dominar o conceito de educação de adultos- Tomar consciência da dimensão dos problemas que afectam a situação educativa das pessoas adultas- Compreender a importância do papel do agente de Educação de Adultos face aos problemas que pessoas e grupos da população vivenciam na sua vida quotidiana- Caracterizar modos de acção educativa com adultos- Posicionar-se criticamente face aos problemas que afectam o bem estar das pessoas- Realizar aprendizagens no âmbito do trabalho em grupo e do trabalho cooperativo- Adoptar uma atitude dialogante no desenvolvimento das actividades teórico-práticas- Reflectir as experiências de aprendizagem vivenciadas ao longo do processo de formação.
3.Competências a desenvolver
-Instrumentais:
- Adquirir conhecimentos adequados ao agente educativo com intervenção na comunidade - Abordar numa perspectiva sistémica e integrada o ensino não formal- Conhecer diferentes perspectivas sobre Educação de Adultos- Aplicar conhecimentos adquiridos ao longo do Curso- Reflectir criticamente sobre as actividades desenvolvidas
Interpessoais:
-Desenvolver o sentido crítico e reflexivo;- Desenvolver capacidades comunicativas;-Compreender a importância do papel do agente de Educação de Adultos face aos problemas que pessoas e grupos da população vivenciam na sua vida quotidiana-Posicionar-se criticamente face aos problemas que afectam o bem estar das pessoas
-Sistémicas:
-Ser capaz de mobilizar conhecimentos relacionados com a educação de adultos-Realizar aprendizagens no âmbito do trabalho em grupo e do trabalho cooperativo-Adoptar uma atitude dialogante no desenvolvimento das actividades teórico-práticas-Reflectir as experiências de aprendizagem vivenciadas durante o processo de formação.
3.Conteúdos Programáticos:
1- Conceito de educação de adultos2-Educação Nova e as Reformas Escolares na Europa Contemporânea3-A Crise da Educação Escolar4- Educação, Sociedade, Interculturalismo5-Da Educação Escolar à Educação de Adultos6-Âmbito e Enquadramento conceptual da Educação de Adultos7-Contributo de Paulo Freire para o desenvolvimento da Educação de Adultos8-Educação de Adultos e Educação Popular9-Diferentes leituras de políticas de Educação de Adultos10- Breve perspectiva histórica da Ed. de Adultos11- A Educação de Adultos no Algarve
4.Estratégias / Métodos de Ensino:
- Exposição oral- Trabalho individual- Análise e discussão de textos - Trabalho de grupo- Comunicações- Debates
5.Tempo de Trabalho (horas): 168
6.Avaliação- Participação e desempenho nas actividades realizadas no âmbito das aulas práticas. (Peso 2).- Trabalho Individual: Recensão crítica sobre um dos pontos do Programa(Peso 3).c) Comunicação oral do T.I. (Peso 1)c)- Teste sobre o programa da disciplina. (Peso 4).
7. Resultados esperados:
A filosofia que orienta a disciplina procura ser coerente com o conceito de Educador Social que se pretende formar, um técnico polivalente, conhecedor dos diferentes domínios da educação de adultos, capacitado para agir em contextos diversificados, preparado para trabalhar individualmente, em grupo e para o grupo, capaz de interagir com realidades e problemáticas específicas do seu futuro desempenho profissional.
8.Bibliografia
AINSCOW, M.. (1998) Necessidades Especiais na Sala de Aula. Lisboa. Instituto de Inovação Educacional.
AINSCOW, M. et al (1997) Caminhos para as Escolas Inclusivas. Lisboa. Instituto de Inovação Educacional.
ALBUQUERQUE, R.S. (1996) Para uma Educação Intercultural. In H. Carmo (Coord.) Exclusão Social – Rotas de Intervenção. Lisboa. Universidade Técnica de Lisboa.
ALMEIDA, J. F. et al (1992) Exclusão Social – Factores e Tipos de Pobreza em Portugal. Oeiras. Celta Editora.
ANDER-EGG, E. (1991) Metodologia y Pratica de la Animacion Socio Cultural. Buenos Aires. Editorial Humanitas.
ANDER-EGG, E. (1987) Metodologia y Pratica del Desarrollo de la Comunidad. Buenos Aires. Editorial Humanitas.
BOURDIEU, P. (1989) O Poder Simbólico. Lisboa: DIFEL.
CARDOSO,C.M. (1996) Educação Multicultural – Percursos para Práticas Reflexivas. Lisboa. Texto Editora.
CARNEIRO, R. (2001) Fundamentos da Educação e da Aprendizagem. V.Nova de Gaia. FML.
CONSELHO DA EUROPA (1993) Declaração da Conferência Final “Educação de Adultos e Mutações Sociais”. Lisboa: DEB.
DIRECÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS (1982) A Preparação das Acções de Educação de Adultos – Estudo do Meio - Lisboa: Ministério da Educação.
DIRECÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS (1986) A Educação de Adultos –1980/1985. Actividades da D.G.E.A. Ponto da Situação. Lisboa: Ministério da Educação.
DIRECÇÃO GERAL DA EDUCAÇÃO PERMANENTE (1979) Plano Nacional de Alfabetização e Educação Base de Adultos – Relatório Síntese. Lisboa: Ministério da Educação.
DIRECÇÃO GERAL DA EXTENSÃO EDUCATIVA (1989) Direcção Geral da Extensão Educativa: Objectivos, Programas, Acções. Lisboa: Ministério da Educação.
DIRECÇÃO GERAL DA EXTENSÃO EDUCATIVA (1992) Orientações 1993 – PRODEP Subprograma de Educação de Adultos. Lisboa: Ministério da Educação.
DIÉGUEZ, A.J. et al (1998) Promoción Social Comunitária. Buenos Aires: Espacio Editorial.
ESTEVES, M. J. (1987) Situação do analfabetismo nas suas diferentes formas. Análise da população que não possui nem frequenta o ensino básico primário com quinze e mais anos em Portugal. Lisboa: D.G.A.E.E.
ESTEVES, M. J. (1996) O Retorno à Escola: Uma Segunda oportunidade ? Trajectórias sociais e escolares dos jovens e adultos que frequentam os cursos do ensino recorrente de adultos. Inovação,9, :219-239.
FERNANDES, J.V. (2001) Saberes, Competências, Valores e Afectos. Lisboa Editora Plátano.
FERREIRA,C.J. (1993) Marginalidade Social e Movimentos Sociais nos Contextos Urbanos. In Estruturas Sociais e Desenvolvimento. Lisboa. Actas do IIº Congresso Português de Sociologia.
FERRO, A. (1994) Métodos e Técnicas Pedagógicas. Lisboa. Edições Colibri.
FREIRE, P. (1967) Educação como Prática de Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
FREIRE, P. (1975) Pedagogia do Oprimido. Porto: Afrontamento
FREIRE, P. (1978) Cartas à Guiné-Bissau – Registo de uma experiência em processo. Lisboa: Moraes Ed.
FREIRE, P. (1987) Acção Cultural para a Liberdade e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
FREIRE, P. (1991) A Educação na Cidade. São Paulo: Editora Cortez.
FREIRE, P. (1996) Educação e Participação Comunitária. Inovação, 9,(3),:305-312.
FREIRE, P. (1997) Professora Sim, Tia não: Cartas a quem ousar ensinar. São Paulo: Editora Paz e Terra.
FREIRE, P. (1997) Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra.
FREIRE, P. (1999) A Importância do Ato de Ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 38ª Edição.
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