2006-03-20

Texto para boletim do RVCC de Lagoa

Práticas de Educação comunitário no contexto do RVCC de Lagoa

As Práticas do 3º Ano do Curso de Educação e Intervenção Comunitária constituem um conjunto de actividades, de natureza prática, a realizar em Comunidades, Instituições/Projectos que visam proporcionar o contacto com experiências e contextos diversificados, no sentido de alunos e alunas ensaiem uma experiência pré-profissional.
Com a realização das Práticas pretende-se que alunos e alunas sejam capazes de enquadrar o seu trabalho de “intervenção social e comunitário” nos marcos teóricos que orientam a sua formação inicial no sentido de os/as comprometer com paradigmas de intervenção mais reflexivos e mais colectivistas centrados em torno da mudança e do desenvolvimento. É agir em solidariedade com aquelas pessoas que têm menos poder, ajudando-as a analisar a sua situação e a alcançar mais poder.
A intervenção social e comunitária é uma área muito abrangente e complexa que deve ser entendida no contexto social e cultural onde as alunas futuras educadoras comunitárias actuam, utilizando teorias relativas à educação social comunitária, através da realização de acções no âmbito da educação de jovens e adultos, animação sócio-cultural, animação sócio-educativa, formação profissional, alfabetização tecnológica.
Neste processo de formação alunos e alunas são parte fundamental na medida em que assumem um papel determinante na escolha dos espaços de Prática, de acordo com as suas motivações, preferências, interesses. Foi o que aconteceu com a Vanessa, Ana Bento, Ana Sabóia, Liliana, Cátia, relativamente ao RVCC de Lagoa. Para estas alunas as práticas num Centro, em que são reconhecidas as competências escolares e/ou profissionais que as pessoas adultas adquiriram ao longo da vida constitui um excelente desafio e um processo acelerado de construção de conhecimentos.
O início terá sido difícil face às indefinições próprias de um processo como a formação de um Centro RVCC. Relativamente ao Centro RVCC de Lagoa o Prof. Fragoso insistiu, a ESE concordou e a Câmara Municipal de Lagoa aceitou a proposta de se criar um espaço de comunicação, de troca de experiências e de partilha de conhecimento com vista à elevação das qualificações dos adultos de Lagoa e arredores.
Com as alunas Vanessa, Ana Bento, Ana Sabóia, Liliana, Cátia, também foi um exercício de persistência, de acreditar que seria possível a realização da Prática no RVCC de Lagoa. E aí está o resultado, depois de feita a Caracterização do Centro e de participarem na realização de algumas tarefas, passaram a uma segunda fase que consiste na aplicação de um Projecto de acção. Nesta segunda fase do Projecto, irão confrontar-se com dificuldades, mas com dedicação, com sentido ético, com o saber construído ao longo do processo de formação inicial, com a colaboração dos outros educadores, com o apoio da tutora, irão construir as suas aprendizagens pela via da resolução de problemas.
Estas jovens não terão solução para todos os problemas com que se irão confrontar no âmbito da sua condição de estagiárias, mas seguramente que procurarão dar o seu melhor contributo para Afirmar o Centro RVCC de Lagoa, como um espaço atento à pessoa de cada adulto que se dirige ao Centro, para criar, com autonomia, respostas credíveis e eficientes à heterogeneidade social que caracteriza a população adulta que procura o Apoio de um corpo de Educadores dedicados à causa da Educação e Formação de Adultos.
Para estas jovens, realizar a Prática no Centro RVCC de Lagoa não será uma tarefa fácil, mas estou certo de que será encarada com o optimismo e a determinação de quem vai realizar as Práticas para adquirir conhecimentos e desenvolver competências. A construção de competências exige tempo, esse o principal dilema destas alunas.

Faro, 15 de Março de 2006
O Coordenador da Prática
Joaquim Arco






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